4.30.2006

Heroína

Definição de Heroína
A Heroína ou Diacetilmorfina é uma droga opióide natural ou sintética, produzida e derivada do ópio do bulbo de algumas espécies de papoila/papoula. O consumo regular de heroína causa sempre dependência física, envelhecimento acelerado e danos cerebrais irreversiveis, além de outros problemas de saúde. A heroína é a mais aditiva e perigosa droga recreativa em uso disseminado.


História
O nome Heroína foi o nome comercial com que foi registada pela farmacêutica alemã Bayer (da palavra alemã "heroisch" heróico, uma referencia à sua estimulação e analgésia). Foi usada enquanto fármaco de 1898 até 1910, ironicamente (uma vez que é muito mais aditiva) como substituto não causador de dependência para a morfina e antitússico para crianças. O seu nome comercial foi cedido pela Alemanha aos Aliados em 1918 como reparação devido à primeira guerra mundial.
A heroína foi proibida nos paises ocidentais no inicio do século XX devido aos comportamentos violentos que estimulava nos seus consumidores.


Efeitos Imediatos
Euforia e disforia: São necessárias maiores doses do que para causar análgesia. Consiste num sentimento de flutuar agradável e de bem-estar. A euforia pode degenerar ou ser substituida por disforia, um estado de ansiedade desagradável e mal-estar. A euforia produzida pela droga transforma-se em depressão e ansiedade após passarem os efeitos;
Analgésia (perda da sensação de dor fisica e emocional): pode levar à inflicção de ferimentos no heroímano sem que este se dê conta e se afaste do agente agressor;
Sonolência, embotamento mental sem amnésia;
Disfunção sexual;
Sensação de tranquilidade e diminuição do sentimento de desconfiança;
Maior autoconfiança e indiferença aos outros: comportamentos agressivos;
Miose:contracção da pupila do olho. Ao contrário da grande maioria das outras drogas de abuso, como cocaína e anfetaminas (metanfetamina e ecstasy) que produzem midríase (dilatação da pupila). É uma caracteristica importante na distinção clínica da overdose de heroína daquelas produzidas por outras drogas;
Obstipação ("prisão de ventre") e vómitos;
Depressão do centro neuronal respiratório. É a principal causa de morte por overdose;
Supressão do reflexo da tosse: devido a depressão do centro neuronal cerebral da tosse;
Nauseas e vómitos: podem ocorrer se for activado os centros quimiorreceptores do cérebro;
Espasmos nas vias biliares;
Hipotensão, prurido.


Efeitos a longo prazo e potencial da dependência
Tendência para aumentar a quantidade de heroína auto-administrada, com o fim de conseguir os mesmos efeitos que antes eram conseguidos com doses menores, o que conduz a uma manifesta dependência. Passadas várias horas da última dose, o viciado necessita de uma nova dose para evitar a síndrome de abstinência provocada pela falta dela. Desenvolve tolerância em relação aos efeitos de euforia, de depressão respiratória, analgesia, sedação, vómitos e alterações hormonais. Não a desenvolve para a miose nem para a obstipação. Estes efeitos, junto com a diminuição da libido, a insónia e a transpiração, são os sintomas dos consumidores crónicos. Há alguma imunossupressão com maior risco de infecções, principalmente aquelas introduzidas pelas agulhas partilhadas (SIDA/AIDS, Hepatite B) ou por bactérias através da pele quebrada pela agulha. O sindrome de privação pode levar à cegueira, dores, epilepsia, enfarte do miocárdio ou AVCs potencialmente fatais. A longo prazo leva sempre a lesões cerebrais extensas, claramente visiveis macroscopica e microscopicamente em autópsia. Existe tolerância cruzada entre todos os agonistas opióides, facto que se aproveita para os tratamentos de desintoxicação e desabituação.

Enquanto droga de abuso
Produz euforia e bem estar, mas a sua acção necessita de doses cada vez maiores para se mantêr ao mesmo nível -fenómeno de tolerância. É consumida pela injecção intravenosa com agulha. Esta forma de consumo leva a uma rápida subida das concentrações sanguineas, e resulta numa acção inicial muito mais forte de satisfação intensa, seguida de um plateau de acção mais moderada e cada vez mais fraca. A tolerância leva o consumidor recreativo a consumir doses cada vez maiores. Estas provocam alterações bioquimicas temporárias ou permanentes no cérebro. Julga-se que a produção ou sensibilidade às endorfinas e encefalinas, opióides naturais no ser humano, é reduzida, e o individuo passa a necessitar de doses de opióide exogeno cada vez maiores apenas para se sentir normal. Quase todos os efeitos do opióide manifestam tolerância, logo um consumidor de altas doses injecta quantidades de heroína que seriam mortais para um não consumidor devido à paragem respiratória. O consumo de heroína leva à dependência fisica e psicológica. Produz dependência física (universal) e psicológica (subjectiva). A dependência física surge 6-10 horas depois da última dose e caracteriza-se por síndrome do "peru molhado": caracteriza-se por tremores, erecção dos pêlos ("pele de galinha"), priapismo (erecção do pénis continuada e dolorosa com danos no orgão), suores abundantes, lacrimejamento, rinorreia, respiração rápida, temperatura elevada, ansiedade, anorexia (falta de apetite), dores musculares, hostilidade, vómitos e diarreia. Um sinal importante é a miose (constrição da pupila do olho), já que não ocorre com outras drogas (é muito mais frequente a dilatação (midríase)). Há hipertensão arterial com risco de cegueira, enfartes, paralise ou ataques epilépticos. Estes sinais só desaparecem com a administração de um opióide, geralmente de forma instantânea, e são máximos após 2-3 dias, depois do qual desaparecem gradualmente até ao 5º dia. O sofrimento do toxicodependente é considerável. É apenas possivel para o consumidor crónico parar de consumir opióides evitando o síndrome de privação se houver consumo cada vez de doses apenas um pouco menores do fármaco, sem nunca aumentar a quantidade. A dependência psicológica é subjectiva e é devido à memória do prazer sentido em administrações passadas, e caracteriza-se por um desejo forte, por vezes violento, de consumir a droga.

4.26.2006

Cocaína


Definição de Cocaína
A cocaína é uma substância que estimula fortemente o sistema nervoso central e é extraída de uma planta chamada Erytroxylon coca ou simplesmente coca.


História
A folha de coca (cujo consumo mesmo se em grandes quantidades, leva apenas à absorção de uma dose minuscula de cocaína) é usada comprovadamente há mais de 1200 anos pelos povos nativos da América do Sul. Eles a mastigam para ajudar a suportar a fome, a sede e o cansaço, sendo, ainda hoje, consumida legalmente em alguns países (Perú, Bolívia) sob a forma de chá (a absorção do princípio activo, por esta via, é muito baixa). Os Incas e outros povos dos Andes usaram-na certamente, permitindo-lhes trabalhar a altas altitudes, onde a rarefação do ar e o frio tornam o trabalho árduo especialmente díficil. A sua acção anorexiante (supressora da fome) lhes permitia transportar apenas um mínimo de comida durante alguns dias.
Inicialmente os espanhois, constatando o uso quase religioso da planta, nas suas tentativas de converter os índios ao cristianismo, declararam a planta produto do Demónio. Contudo mais tarde a Igreja católica legalizou-a de forma a poder cobrar impostos de 10% sobre o valor do seu cultivo. O seu uso entre os espanhois do novo mundo espalhou-se, sendo as folhas usadas para tratar feridas e ossos partidos ou curar a constipação/resfriado. A coca foi levada para a Europa em 1580.

Efeitos
Há efeitos imediatos, que ocorrem sempre após uma dose moderada; efeitos com grande dose; efeitos tóxicos agudos que têm uma probabilidade significativa de ocorrer após cada dose; efeitos no consumidor crónico, a longo prazo. A cocaína pode causar malformações e atrofia do cérebro e malformações dos membros na criança se usada durante a gravidez. Ela pode ser detectada nos cabelos durante muito tempo após consumo, e o seu uso pela mãe é comprovado desta forma em bébés.

Efeitos Imediatos
Muitos efeitos devem-se à estimulação dos sistemas simpático e dopaminérgicos directamente. A cocaína causa danos cerebrais microscópicos significativos com cada dose. Com o inicio do consumo regular os danos tornam-se irreversiveis. Os seus efeitos imediatos duram 30-40 minutos.

No sistema nervoso central:
Euforia
Sensação de poder, ausência de medo e ansiedade
Agressividade
Excitação física, mental e sexual: efeito s. simpático.

Anorexia (perda do apetite): efeito do sistema simpático.
Insonias
Delírios

Cardiovasculares:
Aumento da força e frequencia cardiacas.
Palpitações (sensação do coração a bater rápido contra o peito): sistema simpático
Hipertensão arterial: s. simpático
Vasoconstrição


Outras:
Urgência de urinação
Tremores: s.simpático
Midriase: dilatação da pupila. Efeito simpático.
Hiperglicémia: efeito simpático.
Saliva grossa. Efeito simpático.

Efeitos em altas doses
Convulsões e depressão neuronal ocorrem com doses mais altas. No entanto a dose exacta que vai causar um tipo de efeito mas não outro num individuo é indeterminavel.
Alucinações
Paranoia geralmente reversível
Taquicardia: s. simpático.
Convulsões.
Depressão do centro neuronal respiratório. Coma. Morte.
Depressão vasomotora.

As overdoses de cocaína são rapidamente fatais. Caracterizam-se por arritmias cardiacas e convulsões epilépticas generalizadas, e depressão respiratória com asfixia. Se a morte não ocorre até 3 horas depois do inicio dos sintomas, o doente deverá recuperar.

Efeitos tóxicos agudos
Estes efeitos podem ocorrer ou não após uma única dose baixa, mas são mais prováveis com o uso continuado e em doses altas:

Arritmias cardiacas: complicação possivelmente fatal.
Trombose coronária com enfarte do miócardio (provoca 25% dos enfartes totais em jovens de 18-45 anos)
Trombose cerebral com AVC.
Outras hemorragias cerebrais devidas à vasocontrição simpática.
Necrose (morte celular) cerebral
Insuficiencia renal
Insuficiencia cardiaca
Hipertermia com coagulação disseminada potencialmente fatal.

Efeitos a longo prazo
Perda de memória
Perda da capacidade de concentração mental
Perda da capacidade analítica.
Falta de ar permanente, trauma pulmonar, dores torácicas
Destruição total do septo nasal (se inalada.
Perda de peso até niveis de desnutrição
Cefaleias (dores de cabeça)
Síncopes (desmaios)
Disturbios dos nervos periféricos ("sensação do corpo ser percorrido por insectos")

A cocaína apresenta fenomeno de tolerância bem definido e de estabelecimento rápido. Para obter os mesmos efeitos o consumidor tem de usar doses cada vez maiores. Provoca danos cerebrais extensos ao fim de apenas alguns anos de consumo. A cocaína não tem síndrome físico bem delimitado (como por exemplo o da heroína), no entanto os efeitos da sua privação não são subjectivos. Após consumo de apenas alguns dias, há universalmente: depressão, muitas vezes profunda, disforia (ansiedade e mal estar), deterioração das funções motoras, elevada perda da capacidade de aprendizagem, com perda de comportamentos aprendidos. O sindrome psicológico da cocaína é extremamente poderoso. Está comprovado em estudos epidemiológicos que a cocaína é muito mais viciante que a cannabis, o alcool ou o tabaco. A longo prazo (alguns anos) ocorrem invariavelmente múltiplas hemorragias cerebrais com morte extensa de neurónios e perda progressiva das funções intelectuais superiores. são comuns síndromes psiquiátricos como esquizofrenia e depressão profunda unipolar.

Proibição
Apesar do entusiasmo, os efeitos negativos da cocaína acabaram por ser descobertos. Com o uso da cocaína pelas classes baixas e, nos EUA pelos afro-americanos, acabou por assustar as classes altas a um extremo que o seu óbvio potencial de dependência e graves problemas para a saúde nunca levaram. Os alertas racistas no sul dos EUA sobre os "ataques a mulheres brancas do Sul que são o resultado directo do cérebro enlouquecido por cocaína do negro" como se exprimiu um farmacêutico proeminente, acabaram por resultar na regulação e depois proibição da substância.

4.23.2006

LSD25

Definição de LSD25
LSD25 (abreviação de dietilamida do ácido lisérgico) é uma substância que lembra outras substâncias presentes em um cogumelo a Claviceps purpurea. Embora tenha estrutura química semelhante ele não é produzido (sintetizado) pelo cogumelo e, sim, é fabricado em laboratórios. Portanto, o LSD25 é uma substância sintética (fabricada em laboratório) e não uma substância natural (fabricada ou sintetizada por uma planta). Ele produz profundas alterações mentais chamadas de alucinações (alucinação é uma percepção sem objeto, por exemplo ouvir uma trombeta sem que este som exista é uma alucinação; outro exemplo, ver coisas que não existem: bichos, objetos, etc.)

Efeitos
Os efeitos variam consoante a personalidade do sujeito, o contexto (ambiente) e a qualidade do produto, podendo ser agradáveis ou muito desagradáveis. O LSD25 pode provocar ilusões, alucinações (auditivas e visuais), grande sensibilidade sensorial (cores mais brilhantes, percepção de sons imperceptíveis), sinestesias, experiências místicas, flashbacks, paranóia, alteração da noção temporal e espacial, confusão, pensamento desordenado, baforadas delirantes podendo conduzir a actos auto-agressivos (suicídio) e hetero-agressivos, despersonalização, perda do controlo emocional, sentimento de bem-estar, experiências de êxtase, euforia alternada com angústia, pânico, ansiedade, depressão, dificuldade de concentração, perturbações da memória, psicose por “má viagem”. Poderão ainda ocorrer náuseas, dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco, debilidade corporal, sonolência, aumento da temperatura corporal.

Riscos 
Não existem provas das consequências físicas do consumo de LSD25; apenas se conhecem as relacionadas com problemas psicológicos, como a depressão, ansiedade, psicose, etc. Há inúmeros casos de psicoses que duram meses e psicoses permanentes, normalmente originados de "bad trips". As pessoas afetadas ficam distantes, como se ainda estivessem
sobre o efeito da droga. O consumo do LSD25 poderá provocar a alteração total da percepção da realidade. O flashback ou revivescência é o principal perigo do consumo. Nestas situações, o indivíduo volta a experimentar a vivência tida com a droga, sem que para tal tenha de a consumir de novo. Estes flashbacks podem ocorrer semanas após a ingestão da substância. Em mulheres grávidas pode induzir a contracção das fibras do músculo uterino. Há riscos de sobredosagem dada a percentagem muito variável de pureza do produto. É desaconselhável o consumo não acompanhado/isolado devido a riscos de distracção perceptiva. Quando misturado com produtos do tipo anfetaminas torna-se mais perigoso. Não consumir em caso de problemas de saúde mental, depressão ou crises de ansiedade. 

Tolerância e dependência
Parece existir tolerância, no entanto os estudos divergem. A tolerância desaparece rapidamente após alguns dias de abstinência. Pode criar dependência psicológica mas não cria dependência física.

4.21.2006

Ecstasy

Definição de Ecstasy 

O MDMA (metilenedioxi-metamfetamina), mais conhecido por ecstasy, é uma droga moderna sintetizada, neurotóxica, muito popular entre os jovens, cujo efeito na fisiologia humana é o estímulo da secreção de serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, causando euforia, sensação de bem-estar, alterações da percepção sensorial do consumidor e grande perda de líquidos. As alterações ao nível do tacto promovem o contacto físico, embora não tenha propriedades afrodisíacas, como se pensa. É vendido sob a forma de comprimidos e ocasionalmente em cápsulas. Embora estudos mostrem que a neurotoxicidade do ecstasy não cause danos permanentes em doses recreativas, ainda SUSPEITA-SE que o consumo de ecstasy cause tais danos a cada dose, e perigo de desenvolvimento de doenças psicóticas (e.g. esquizofrenia). Os estudos a respeito do ecstasy em humanos são pouco difundidos por questões legais que proibem ministrar doses de MDMA para humanos.

História 
O MDMA foi sintetizado pela Merck em 1914 com a finalidade de ser usado como um redutor do apetite, mas nunca foi usado com essa finalidade. Em 1960, foi redescoberto, sendo indicado como elevador do estado de ânimo e complemento nas psicoterapias. O uso recreativo surgiu em 1970 nos EUA. Em 1977, foi proibido no Reino Unido e em 1985 nos EUA. O uso do ecstasy concentra-se nas boates, nos ambientes classificados como "rave", onde há aglomeração noturna em espaços fechados para dança com música contínua. É popularmente conhecido por "Bala".

Experiência 

Uma curiosidade das pastilhas é o facto de serem coloridas e baptizadas mediante o desenho impresso, o que permite distingui-las entre si. Dependendo da quantidade ingerida, o MDMA demora tipicamente 30-60 minutos a surtir efeito. Ao contrário de outros psicoactivos, o efeito do MDMA é muito rápido: muitas vezes quando o consumidor se apercebe que os efeitos estão a surgir, já estes se encontram muito próximos do pico. A quantidade de MDMA em cada comprimido varia, em média, entre 30 e 100 mg, dependendo da pureza da sua composição e da tolerância do consumidor. A duração do efeito é de cerca de 3 a 4 horas, quando ingerido oralmente,podendo ter duração de até 06 horas. Existe, porém, um período de tempo acrescido associado ao declínio dos efeitos primários em que o consumidor tem a percepção da persistência dos efeitos, embora não possam ser considerados a verdadeira experiência, isto é, os efeitos primários. Neste período ocorrem frequentemente insónias (devido ao estado de agitação),coceiras,reaçoes musculares como espasmos involuntários,espasmos do maxilar,dor de cabeça,visão turva,manchas roxas na pele,movimentos descontrolados de vários membros principalmente braços e pernas. Durante o período de intensidade do ecstasy podem surgir circunstâncias perigosas: náuseas, desidratação, hipertermia, hiponatrémia. Estes sintomas são frequentemente ignorados pelo consumidor devido ao estado de despreocupação e bem-estar provocados pela droga, o que pode ocasionar exaustão, convulsões e mesmo a morte. Assim, tornou-se frequente ver os consumidores em raves e clubes de dança dotados de garrafas de água ou bebidas energéticas.Quando ingerido com bebdas alcoolicas pode ocasionar num choque cardiorrespiratório levando ao óbito. Em termos de efeitos secundários, o MDMA provoca frequentemente variações de humor nos dias seguintes; alguns indivíduos registam períodos depressivos enquanto outros registam aumento de auto-estima. Imediatamente à cessação dos efeitos primários, prevalece também a falta de apetite o que deve ser activamente combatido para repor a energia gasta durante as baladas. O relato de um usuário acerca dos efeitos da droga descreve inicialmente uma sensação de tontura semelhante a de embriaguez. Essa sensação é a primeira manifestação da droga. Em seguida perde-se a sensação de peso do corpo, e sente-se como se estivesse flutuando. A partir daí todos ao seu redor parecem amigos, e sente-se uma forte atração física por todos. Cerca de 20 minutos após a manifestação inicial, começam formigamentos que, segundo relatos, se assemelham a repetitivos orgasmos por todo o corpo. Os efeitos da droga ficam oscilando entre momentos com fortes efeitos, e momentos em que os efeitos passam. Dependendo da quantidade que foi ingerida, quando os efeitos passarem o indivíduo vai se sentir desanimado, querendo "voltar pra casa". Ao deitar, os sintomas causados pela febre alta vão dificultar o adormecimento, e serão horas de tremores, suor frio intenso e náuseas, acompanhados de pensamentos frenéticos e irritação causada pela alta sensibilidade dos sentidos.

4.19.2006

Ópio

Definição de Ópio
O ópio (do grego ópion, "suco de papoula", pelo latim opiu) é um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos (cápsulas) de várias espécies de papoulas soníferas (gênero Papaver), e que é utilizada como narcótico. O uso do ópio mascado ou fumado, que se espalhou no Oriente, provoca euforia, seguida de um sono onírico; o uso repetido conduz ao hábito, à dependência física, e a seguir a uma decadência física e intelectual, uma vez que é efetivamente um veneno estupefaciente. A medicina o utiliza, assim como os alcalóides que ele contém (morfina e papaverina), como sonífero analgésico. Em vários países subdesenvolvidos do mundo, muitas vezes a falta de opções leva boa parte dos camponeses a trabalhar no cultivo de plantas como a papoula, que está na base da produção industrial do ópio.

Guerras do Ópio
O tráfico de ópio no mercado chinês promovido pela Companhia Britânica das Índias Orientais para contrabalançar suas finanças causou dois conflitos entre China e Reino Unido durante o século XIX, as Guerras do Ópio, que resultaram na abertura do mercado chinês aos produtos ocientais e ao crescimento de um sentimento nacionalista que resultaria no fim do regime imperial em 1911.

4.17.2006

Cogumelos

Cogumelos Psicadélicos
São fungos com propriedades psicadélicas, utilizados como drogas recreativas. As espécies mais utilizadas são: Psilocybe cubensis, Psilocybe cyanescens e Psilocybe semilanceata. Normalmente são classificados como tóxicos devido aos efeitos que causam.
No Brasil, nas décadas de 60 e 70, não era incomum ver jovens que buscavam determinada espécie destes cogumelos nos pastos dos estados do sul. Estes nasciam sobre o esterco do gado e eram colhidos para se fazer um chá: o "chá de cogumelos", que, devido à psilocibina e psilocina fazia com que se "abrissem" mais um pouco as portas da percepção. Os cogumelos também são ingeridos sem ser na forma de chá, com leite condensado, por exemplo.
Cogumelos sem psilocina e sem psilocibina também são utilizados para fins considerados "recreativos", sendo um exemplo a Amanita Muscaria (cogumelo vermelho com pintas brancas conhecido por ilustrar os contos de fadas, que produz um efeito embriagante. 

Em muitos lugares, este tipo de cogumelos também é utilizado em rituais religiosos e de curandeirismo. A curandeira Maria Sabina, do México, ficou conhecida em diversos países por seus rituais que faziam uso dos Cogumelos Mágicos.

Chá de Cogumelos
É a solução líquida composta por substâncias psicoativas extraídas de fungos alucinógenos como os cogumelos da espécie Psilocybe e Amanita.
A quantidade de cogumelos usados para produzir o chá varia de acordo com a quantidade de Psilocibina contida nos cogumelos. Em geral, 4 cogumelos já contém uma quantidade considerável de substância para se preparar uma solução individual.
Para preparar o chá coloca-se os cogumelos em um recipiente com água fervendo, tampando e esperando até que a cor escura do caule do cogumelo se desprenda dele, deixando assim a água com uma cor marrom, característica, e os cogumelos com uma cor de pele.
Logo após, espera-se a bebida esfriar, e ai então ela estará pronta para ser ingerida.
O uso inadequado, em grandes quantidades da substância pode causar uma série de efeitos adversos, alem de mal estar e incapacidade fisico-motora. A ingestão de água pode ajudar na eliminação da substancia e poderá auxiliar na desintoxicação.
O efeito do chá de cogumelo é temporário e depois de algum tempo tende a cessar.

Efeitos Físicos dos Cogumelos
Distorções visuais, tais como o efeito de paredes respirando e o movimento de padrões (especialmente geométricos, complexos ou listrados); sensação de vertigem; delineamento de objetos distantes (o céu parece ter sido pintado); as cores parecem mais vibrantes e vivas; gargalhadas e sorrisos incontroláveis; aumento da sensibilidade ao toque (principalmente tocando objetos com texturas interessantes); aumento da transpiração; perda de apetite; distinções auditivas muito mais sensíveis; sensibilidade aos sabores, texturas e temperaturas na boca; pupilas dilatadas; visuais com olhos fechados; aumento dos batimentos cardíacos; euforia; olhos lacrimejantes, especialmente quando bocejar; a língua, garganta e respiração parecem estar integradas com o processo de pensamento; sensação estranha ao redor dos dentes; sensação de "wah, wah" no corpo, como estivesse sendo bombardeado por algum tipo de força cinética.

4.15.2006

Haxixe

Definição de Haxixe

Haxixe (Cannabis sativa) (do quimbundo ma'kaña, plural de di'kaña, tabaco, erva santa) ou cânhamo-da-índia (do espanhol cáñamo) é uma planta herbácea da família das Canabiáceas (Cannabaceae), amplamente cultivada em muitas partes do mundo. As folhas são finamente recortadas em segmentos lineares; as flores, unissexuais e inconspícuas, têm pêlos granulosos que, nas femininas, segregam uma resina; o caule possui fibras industrialmente importantes, conhecidas como cânhamo; e a resina tem propriedades estupefacientes (sensações semelhantes às produzidas pelo ópio). Também é conhecido pelos nomes de cânhamo marijuana, erva ou suruma (em Moçambique). Diz-se haxixe também referindo-se às folhas e às inflorescências dessecadas e trituradas do cânhamo usadas como droga alucinógena (Cannabis indica ou Cannabis ruderalis). A substância psicoativa presente no haxixe é o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). Geralmente o haxixe contém até 8% de THC, mas algumas variedades do haxixe, como o skunk, possuem até 33% de THC. Geralmente é consumido sob a forma de cigarros ou baseados, mas há outras formas de consumi-lo, como cachimbos, narguiles e outros. Também é consumido na forma oral, na mistura a receitas culinárias, etc.

História
Os primeiros registros históricos do uso de haxixe para fabricação de papel, datam de 8000 anos a.C, na China. Depois os chineses descobriram e desenvolveram outras formas de uso da planta, principalmente para produção de artigos textêis e medicina. Mais tarde, outras grandes sociedades, como os gregos, romanos, africanos, indianos e árabes também aproveitaram as qualidades da planta, fosse ela consumida como alimento, medicina, combustível, fibras ou fumo. Entre os anos de 1000 a.C. até meados do século XIX, o haxixe (incluindo Cânhamo) foi a maior agricultura do mundo, produzindo a maior parte dos papéis, combustíveis, artigos textêis e sendo, dependendo da cultura que o utilizava, a primeira, segunda ou terceira medicina mais usada. Sua grande importância histórica se deve ao fato do haxixe ter a fibra natural mais resistênte e forte do que todas as outras, podendo ser cultivada em praticamente qualquer tipo de solo, além ser uma das medicinas mais importantes e uma das maiores fontes de inspiração religiosa entre povos nativos da africa e do oriente. Carolus Linnaeus classificou-a em 1753, chamando-a de de Cannabis sativa L., onde o L vem do seu sobrenome, Linneaus. Mas lembrando que não só existe Cannabis Sativa, temos muitas, como as Indicas e outras. Mas é comum o cultivo de Indica, Sativa e Híbridas que são novas sub-espécie devido cruzas entre as espécies. O cultivo das mesmas é devido seu rendimento e aproveitamento, outras espécies não tem tanto potencial de produção como tais.

Proibição
Foi proibido no Brasil primeiramente em Grajau, em 1938. Até então costumava ser vendido em farmácias sob o nome de "cigarros índios", devido a ser uma planta originária da Índia, que eram indicados para curar os sintomas da asma, e para insônia. Em 1960 a ONU recomendou a proibição de haxixe em todo o mundo.

Legalização
A campanha pela legalização de haxixe ganhou força a partir dos anos 80 e 90, notadamente apoiada por artistas e políticos liberais. No Brasil, é uma das bandeiras do político Fernando Gabeira, que tentou implementar o cultivo do Cânhamo para fins industriais, mas sofreu uma série de constrangimentos por conta dessa iniciativa.
Hoje em dia a maconha é discriminalizada em alguns países de primeiro mundo, como Portugal e Holanda, que adotam políticas de tolerância em relação aos usuários, que não são presos. Além desses, outros países apoiam o seu uso como medicina, tendo em vista os variados e eficientes usos terapêuticos da planta.

Formas de uso
Pode ser:
inalado, como cigarro ou com algum dispositivo, tal como cachimbo ou narguilé;
ingerido, tal como comida ou bebida. 
Fumar os chamados baseados é a forma mais difundida de consumo de haxixe.

Efeitos
Os efeitos de haxixe podem variar de acordo com a condição psicológica de cada usuário. Aumento da sensibilidade, maior percepção de cores, sons, texturas e paladar. Aumento do apetite. Percepção distorcida do tempo. Sensação de relaxamento. Vontade de rir. Olhos avermelhados. Boca seca. Taquicardia. Introspecção (consumo prolongado).

Tolerância
Segundo um estudo realizado pelo pesquisador João Villares, do Departamento de Psicobiologia da Unifesp, o haxixe pode causar tolerância, que é a necessidade de doses cada vez maiores para atingir o mesmo efeito. A tolerância não é irreversível, segundo o pesquisador, que conclui que "em alguns poucos meses sem a droga, o cérebro se recupera". 

Overdose
Uma overdose é o uso excessivo de alguma droga. O haxixe pode causar overdose com alucinações, ilusões e paranóias e em grandes doses, psicose tóxica aguda. Não há registros de morte devido a superdosagem de haxixe, mas sim devido aos efeitos psicoativos do uso (acidentes causados sob efeito da droga), os quais ocorrem em quantidade mínima quando comparados a outras drogas como o álcool ou a cocaína. Pesquisas provaram que para um usuário morrer de overdose devido ao haxixe deverá ser consumido aproximadamente 4 kg da droga de uma só vez (algo humanamente impossível).

Memória
Sob o efeito da droga, é afetada a memória de curto prazo, isto é, a memória de pequena duração da qual precisamos num determinado instante e da qual nos desfazemos em seguida. Este distúrbio acaba quando o efeito da droga passa. Entretanto, efeitos de longo prazo (fumando-se mais de 35 cigarros de haxixe por semana ou mais de 5 por dia) incluem perda parcial da capacidade de aprendizagem e memorização.

Danos cerebrais
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) afirmaram que fumar haxixe altera as funções cerebrais, mas não provoca danos permanentes. Outras drogas ilegais, e mesmo o álcool provocam danos cerebrais permanente. O haxixe produz um dano de longo prazo apenas marginal, afetando pouco as capacidades de aprendizado e memória. E nenhum efeito foi registrado em outras funções, entre as quais o tempo de reação, a atenção, a linguagem, a habilidade de argumentação e as capacidades motora e perceptiva. Ao contrário do mito, haxixe não destrói os neurônios.

Sistema Reprodutor
Algumas pesquisas, ainda não definitivas, apontam que o uso continuado da erva pode reduzir a testosterona, o número de espermatozóides nos homens, o que poderia ser revertido ao se abandonar o uso da droga. Entretanto, não é provado que uma menor quantidade de esperma tenha qualquer relação negativa com a fertilidade. Alegações de que o haxixe poderia desregular o funcionamento hormonal nas mulheres, assim como alterar seu circlo menstrual ou causar infertilidade, são improváveis e infundadas.

Dependência
Esta comprovado cientificamente pela OMS que o haxixe provoca menos dependência que o tabaco ou o álcool, entretanto ela causa dependência psicológica, de acordo com a condição emocional de cada usuário. No caso, o usuário adquire o hábito de fumar, mas não se torna um dependente químico da droga.

Aparelho respiratório
Há uma certa polêmica com relação aos efeitos do haxixe no aparelho respiratório. Como as pesquisas dos efeitos do haxixe são mais recentes do que as produzidas sobre o tabaco, os resultados tendem a ser controversos e preliminares. Contudo, uma suposta pesquisa da OMS (organizacao mundial da Saude) a qual teria sido censurada por motivos politicos informa que o haxixe não causa bloqueio das vias respiratórias, enfisema pulmonar ou qualquer outro dano às funções pulmonares.

3.14.2006

Álcool

Definição de Álcool
O nome álcool vem do árabe al-kohul, os álcoois são substâncias orgânicas oxigenadas caracterizadas pela presença na molécula do grupo hidroxila ( -OH ) ligado a um carbono saturado (que só faz ligações simples).

Aspectos históricos
Toda a história da humanidade está permeada pelo consumo de álcool. Registos arqueológicos revelam que os primeiros indícios sobre o consumo de álcool pelo ser humano foram aproximadamente em 6000 a.C., sendo portanto, um costume extremamente antigo e que tem persistido por milhares de anos. A noção de álcool como uma substância divina, por exemplo, pode ser encontrada em inúmeros exemplos na mitologia, sendo talvez um dos factores responsáveis pela manutenção do hábito de beber ao longo do tempo.
Inicialmente, as bebidas tinham conteúdo alcoólico relativamente baixo, como por exemplo o vinho e a cerveja, já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. Com o advento do processo de destilação, introduzido na Europa pelos árabes na Idade Média, surgiram novos tipos de bebidas alcoólicas, que passaram a ser utilizadas na sua forma destilada. Nesta época, este tipo de bebida passou a ser considerado como um remédio para todas as doenças, pois "dissipavam as preocupações mais rapidamente do que o vinho e a cerveja, além de produzirem um alívio mais eficiente da dor", surgindo então a palavra whisky (do gálico usquebaugh, que significa "água da vida").
A partir da Revolução Industrial, registrou-se um grande aumento na oferta deste tipo de bebida, contribuindo para um maior consumo e, consequentemente, gerando um aumento no número de pessoas que passaram a apresentar algum tipo de problema devido ao uso excessivo de álcool.

Aspectos gerais
Apesar do desconhecimento por parte da maioria das pessoas, o álcool também é considerado uma droga psicotrópica, pois ele actua no sistema nervoso central, provocando uma mudança no comportamento de quem o consome, além de ter potencial para desenvolver dependência. O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e até incentivado pela sociedade. Esse é um dos motivos pelo qual ele é encarado de forma diferenciada, quando comparado com as demais drogas. Apesar de sua ampla aceitação social, o consumo de bebidas alcoólicas, quando excessivo, passa a ser um problema. Além dos inúmeros acidentes de trânsito e da violência associada a episódios de embriaguez, o consumo de álcool a longo prazo, dependendo da dose, frequência e circunstâncias, pode provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo. Desta forma, o consumo inadequado do álcool é um importante problema de saúde pública, especialmente nas sociedades ocidentais, acarretando altos custos para sociedade e envolvendo questões, médicas, psicológicas, profissionais e familiares.

Efeitos agudos
A ingestão de álcool provoca diversos efeitos, que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a aparecer os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma. Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentirá os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com uma outra pessoa que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte terá uma maior resistência aos efeitos do álcool. O consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubecimento da face, dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool. Os orientais, em geral, tem uma maior probabilidade de sentir esses efeitos.

Álcool e Trânsito
A ingestão de álcool, mesmo em pequenas quantidades, diminui a coordenação motora e os reflexos, comprometendo a capacidade de conduzir veículos, ou operar outras máquinas. Pesquisas revelam que grande parte dos acidentes são provocados por condutores que haviam bebido antes de conduzir. A quantidade de álcool necessária para atingir essa concentração no sangue é equivalente a beber cerca de 600ml de cerveja (duas latas de cerveja), 200ml de vinho (duas taças) ou 80ml de destilados (duas doses).

Alcoolismo 
A pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo". Os factores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes factores. A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos sinais do beber problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do "grande desejo" de beber e da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência. A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo crónico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo caracterizada pelo tremer das mãos, acompanhado de distúrbios gastrointestinais, distúrbios de sono e um estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência severa ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas acima referidos, caracteriza-se por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e espaço.

Efeitos no resto do corpo
Os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças. As mais frequentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são frequentes problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite), no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração). Também são frequentes os casos de poli neurite alcoólica, caracterizada por dor, formigamento e cãibras nos membros inferiores.

Durante a gravidez 

O consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação pode trazer consequências para o recém-nascido, sendo que, quanto maior o consumo, maior a chance de prejudicar o feto. Desta forma, é recomendável que toda gente evite o consumo de bebidas alcoólicas, não só ao longo da gestação como também durante todo o período de amamentação, pois o álcool pode passar para o bebé através do leite materno. Cerca de um terço dos bebés de mães dependentes do álcool, que fizeram uso excessivo durante a gravidez, são afectados pela "Síndrome Fetal pelo Álcool". Os recém-nascidos apresentam sinais de irritação, mamam e dormem pouco, além de apresentarem tremores (sintomas que lembram a síndrome de abstinência). As crianças severamente afectadas e que conseguem sobreviver aos primeiros momentos de vida, podem apresentar problemas físicos e mentais que variam de intensidade de acordo com a gravidade do caso. 





SEJA RESPONSÁVEL! BEBA COM MODERAÇÃO!

2.16.2006

Tabaco

Definição e histórico
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotina tabacos, da qual é extraída uma substância chamada nicotina. O seu uso surgiu aproximadamente no ano 1000 A.C., nas sociedades indígenas da América Central, em rituais mágicos-religiosos com objectivo de purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros, além de acreditar que a mesma tinha o poder de predizer o futuro. A partir do século XVI, o seu uso foi introduzido na Europa, por Jean Nicot, diplomata francês vindo de Portugal, após ter-lhe cicatrizado uma úlcera de perna, até então incurável. No início, utilizado com fins curativos, através do cachimbo, difundiu-se rapidamente, atingindo Ásia e África, no século XVII. No século seguinte, surgiu a moda de aspirar rapé, ao qual foram atribuídas qualidades medicinais, pois a rainha da França, Catarina de Médicis, o utilizava para aliviar suas enxaquecas. No século XIX, iniciou-se o uso do charuto, através da Espanha atingindo toda a Europa, Estados Unidos e demais continentes, sendo utilizado para demonstração de ostentação. Por volta de 1840 a 1850, surgiram as primeiras descrições de homens e mulheres fumando cigarros, porém somente após a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) o seu consumo apresentou uma grande expansão. O seu uso espalhou-se por todo mundo a partir de meados do século XX, com ajuda de técnicas avançadas de publicidade e marketing, que se desenvolveram nesta época. A partir da década de 60, surgiram os primeiros relatórios científicos que relacionaram o cigarro ao adoecimento do fumante e hoje existem inúmeros trabalhos comprovando os malefícios do tabagismo à saúde do fumante e do não-fumadores exposto à fumaça do cigarro. Hoje o fumo é cultivado em todas as partes do mundo e é responsável por uma actividade económica que envolve milhões de dólares. Apesar dos males que o hábito de fumar provoca, a nicotina é uma das drogas mais consumidas no mundo.

Efeitos no cérebro
Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos pulmões, chegando ao cérebro geralmente em 9 segundos. Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são: elevação leve no humor (estimulação) e diminuição do apetite. A nicotina é considerada um estimulante leve, apesar de um grande número de fumantes relatarem que se sentem relaxados quando fumam. Essa sensação de relaxamento é provocada pela diminuição do tônus muscular. Essa substância, quando usada ao longo do tempo, pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que originalmente eram produzidos por doses menores. Alguns fumantes, quando suspendem repentinamente o consumo de cigarros, podem sentir fissura (desejo incontrolável por cigarro), irritabilidade, agitação, dificuldade de concentração, diurese, tontura, insónia e dor de cabeça. Esses sintomas caracterizam a síndrome de abstinência, desaparecendo dentro de uma ou duas semanas. A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam o quadro de dependência provocado pelo uso de tabaco.
Efeitos no resto do organismo
A nicotina produz um pequeno aumento no batimento cardíaco, na pressão arterial, na frequência respiratória e na actividade motora. Quando uma pessoa fuma um cigarro, a nicotina é imediatamente distribuída pelos tecidos. No sistema digestivo provoca queda da contracção do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento da vasoconstrição e na força das contracções cardíacas.
Efeitos tóxicos
A fumaça do cigarro contém um número muito grande de substâncias tóxicas ao organismo. De entre as principais, citamos a nicotina, o monóxido de carbono, e o alcatrão. O uso intenso e constante de cigarros aumenta a probabilidade da ocorrência de algumas doenças como por exemplo a pneumonia, câncer (pulmão, laringe, faringe, esófago, boca, estômago, entre outros), enfarte miocárdio, bronquite crónica, enfisema pulmonar, derrame cerebral, úlcera digestiva, etc. Entre outros efeitos tóxicos provocados pela nicotina, podemos destacar ainda náuseas, dores abdominais, diarreia, vómitos, cefaleia, tontura, bradicardia e fraqueza.

Tabaco e gravidez
Quando a mãe fuma durante a gravidez "o feto também fuma", recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura, além de alterações neurológicas importantes. O risco de, abortamento espontâneo, entre outras complicações durante a gravidez é maior nas gestantes que fumam. Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebé também através do leite materno.
Tabagismo passivo
Os fumadores não são os únicos expostos à fumaça do cigarro pois os não-fumadores também são agredidos por ela, tornando-se fumantes passivos. Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumadores próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas. Estudos comprovam que filhos de pais fumantes apresentam uma incidência 3 vezes maior de infecções respiratórias (bronquite, pneumonia, sinusite) do que filhos de pais não-fumadores.

Aspectos gerais 
O hábito de fumar é muito frequente na população. A associação do cigarro com imagens de pessoas bem sucedidas, jovens, desportistas é uma constante nos meios de comunicação. Este tipo de propaganda é um dos principais factores que estimulam o uso do cigarro. Por outro lado, os programas de controle do tabagismo, vêm recebendo um destaque cada vez maior em diversos países, ganhando apoio de grande parte da população.





FUMAR MATA!